Murcharam no jardim os crisântemos, As magnólias se despetalaram, As rosas de perfume tão amenos Sentindo tua ausência desmaiaram. O vento agora passa soluçando, As flores que morreram carregando, O próprio vento entende a minha solidão E a viuvez do meu dorido coração.
Aquele sabiá que na alvorada Vinha te dar a matutina saudação, Ao ver nossa choupana abandonada Morreu, agonizando na garganta uma canção. As próprias andorinhas irrequietas, Agora têm por nosso lar grande pavor, Fugiram as policromas borboletas Pois não existe no jardim nem uma flor.
E qual um irerê descasalado Contemplo o nosso ninho abandonado, Na cristalização da minha mágoa Meus olhos esmaecem rasos d'água. E agora que o teu lar é um campo santo Não ouves a agonia do meu pranto, Ó nênias amorosas, nênias imortais! Que compreende-las tu não podes nunca mais.
X = CD - Vicente Celestino - Noite Cheia de Estrelas - Faixa 9
Compositor: Candido das Neves (Candido Neves) (AMAR)Editor: Mangione Filhos & Cia Ltda. (ABRAMUS)Publicado em 2009 (20/Fev) e lançado em 2009 (17/Abr)ECAD verificado obra #31719 e fonograma #1484185 em 06/Abr/2024 com dados da UBEM