De madrugada Canta o galo no terreiro Eu acordo bem ligeiro E me levanto pra espiar
Pego a enxada Lavro a terra o dia inteiro Sou caboclo, sou roceiro Vocês podem acreditar
Trago nas mãos Alguns calos dessa luta De lavrar a terra bruta E ela quase me matou
Com minha enxada A cuidei e pus semente Mas da safra infelizmente Só migalhas me restou
Do seu sertão Todos têm muita saudade Mas na verdade Da enxada ninguém sente
Se eu precisar Outra vez puxar a enxada Eu não volto nem por nada Me perdoe minha gente
Sei que essa coisa De algum modo está errada Sou eu quem puxo a enxada E labuto pra plantar
Mas quando colho Vão se os grãos e fica a palha Fico só com minha tralha Não sei a quem reclamar
E vem a chuva Vem o frio e a geada Pego trouxa e filharada E vou pra cidade morar
Num bairro pobre Faço bico o mês inteiro Eu cansei de ser roceiro E de pançudo sustentar
Do seu sertão Todos têm muita saudade Mas na verdade Da enxada ninguém sente
Se eu precisar Outra vez puxar a enxada Eu não volto nem por nada Me perdoe minha gente
Compositores: Antonio Carlos Tonca Falseti, Hilton Ribeiro de Andrade (Shazan) (SICAM)Editor: Peermusic do Brasil (UBC)ECAD verificado obra #21404838 em 05/Abr/2024 com dados da UBEM