Um boiadeiro de porte franzino Num hotel grã-fino sozinho ele entrou Batendo a poeira do chapéu surrado Com modo educado ao gerente falou
Por favor, eu quero um quarto ajeitado E bem sossegado, com muito espaço Amanhã bem cedo a gente proseia A viagem foi feia, estou um bagaço
O gerente disse com jeito selvagem Só dou hospedagem pra gente descente Saia vazado e pegue seu trilho Jamais andarilho será meu cliente
Talvez o albergue noturno o aceite Ou então se ajeite em alguma cocheira Porque meu hotel não aceita bagulho Por ser o orgulho da classe hoteleira
Para o boiadeiro isso não foi derrota Do cano da bota tirou um papel Dizendo ao gerente é meu comprovante Que não sou andante, sou o dono do hotel
Comprei com o prédio do seu ex-patrão Mas minha paixão é lidar na invernada E todo o dinheiro desse investimento É só o pagamento de uma boiada
Na hora o gerente assumiu sua culpa Eu peço desculpas por tudo que fiz Disse o boiadeiro, está dispensado É mal educado e não sabe o que diz
Se quiser emprego e aguentar o malho Eu tenho o trabalho de lida diária No lugar do burro que puxa a moenda Na grande fazenda do rei da pecuária
Compositores: Jesus Belmiro Mariano (Jesus Belmiro) (SOCINPRO), Ronaldo Carandina (Ronaldo Viola) (ASSIM)Editor: Fortuna (UBC)Publicado em 2001 (07/Nov) e lançado em 2001 (01/Dez)ECAD verificado obra #276200 e fonograma #403806 em 27/Out/2024 com dados da UBEM