Trago comigo uma guitarra para a viagem na minha voz esta canção antiga tenho nos olhos mais do que a paisagem a memória e o sal da gente amiga
não feneceu ainda em mim o velho sonho trago na ideia uma razão e um sentido que eu tenho o mar, o fundo mar, por testemunha e a esse mar que em mim navega tudo é devido
e há qualquer coisa em tudo isto que eu não posso ou sei esconder e que faz com que vos cante esta canção é uma história um gesto antigo que eu nem sei como dizer Viriato tem mil anos de razão
É do verde e fresco Minho que eu vos falo e dessa calma alentejana que nos cala e é em casa junto ao rio Tejo que me embalo e é em Sagres que essa história mais nos fala
lá nas Atlântidas perdidas de um sonho ou num velho cacilheiro que nos leva e há nas ancas das varinas no Porto, na ribeira, todo um mundo que nos lembra e que celebra
e há qualquer coisa em tudo isto que eu não posso ou sei esconder e que faz com que vos cante esta canção é uma história um gesto antigo que eu nem sei como dizer Viriato tem mil anos de razão