Havia um bosque no sertão de minha terra Entre a estrada e a fazenda onde eu morava Para tomar a jardineira do outro lado Por dentro dele muitas vezes atalhava O sol varando a copa verde da floresta Pingos de ouro no atalho derramava Eu espantava borboletas pequeninas Com o barulho do cipó que arrebentava Quando eu corria prá tomar a jardineira Que erguendo pó lá do morro buzinava
Hoje no atalho de meu peito abandonado O meu destino a pisar folhas caídas Cruza a floresta do outro lado de meu tempo Prá ver os anos carregando minha vida
Admirava as flores brancas que se abriam Pelo atalho com o calor do sol da tarde Naquela idade cor-de-rosa eu também era Como um botão a se abrir na flor da idade O sol menino derramava lá do alto Sobre meus rastros pingos de felicidade Até que um dia o vendaval dos desenganos Em pedacinhos fez a minha mocidade Desesperado hoje eu grito e não encontro O meu atalho na floresta da saudade
Compositores: Jose Fortuna (Ze Fortuna) (UBC), Jose Plinio Trasferetti (Paraiso) (UBC)Editor: Fortuna (UBC)Publicado em 1753ECAD verificado obra #36231 e fonograma #48867 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM