Toda vez que eu viajava Pela estrada de Ouro Fino De longe eu avistava A figura de um menino
Que corria abrir a porteira Depois vinha me pedindo Toque o berrante seu moço Que é pra mim ficar ouvindo
Quando a boiada passava Que a poeira ia baixando Eu jogava uma moeda Ele saía pulando
Obrigado boiadeiro Que Deus vá lhe acompanhando Pra aquele sertão afora Meu berrante ia tocando
No caminho desta vida Muito espinho encontrei Mas nenhum calou mais fundo Do que isto que eu passei
Na minha viagem de volta Qualquer coisa eu cismei Vendo a porteira fechada O menino não avistei
Eu apeei do meu cavalo Num ranchinho beira chão Vi uma mulher chorando Quis saber qual a razão
Boiadeiro veio tarde Veja a cruz no estradão Quem matou o meu filhinho Foi um boi sem coração
Lá pras bandas de Ouro Fino Levando gado selvagem Quando eu passo na porteira Até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste Mais parece uma mensagem Daquele rosto trigueiro Desejando-me "boa viagem"
A cruzinha do estradão Do pensamento não sai Eu já fiz um juramento Que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure Que eu precise ir atrás Nesse pedaço de chão Berrante eu não toco mais
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Luiz Raymundo (Luizinho) (UBC), Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) (UBC)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2007 (19/Mar)ECAD verificado obra #1607 e fonograma #1270545 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM