De noite pelas calçadas Andando de esquina em esquina Não é homem nem mulher É uma trava feminina Parou entre uns edifícios mostrou todos os seus orifícios Ela é diva da sarjeta, o seu corpo é uma ocupação É favela, garagem, esgoto e pro seu desgosto Está sempre em desconstrução
Nas ruas pelas surdinas é onde faz o seu salário Aluga o corpo a pobre, rico, endividado, milionário Não tem Deus Nem pátria amada Nem marido Nem patrão O medo aqui não faz parte do seu vil vocabulário Ela é tão singular Só se contenta com plurais Ela não quer pau Ela quer paz
Seu segredo ignorado por todos até pelo espelho Mulher
Nem sempre há um homem para uma mulher mas há 10 mulheres para cada homem E uma mulher é sempre uma mulher Nem sempre há um homem para uma mulher mas há 10 mulheres para cada homem E uma e mais uma e mais uma e mais uma e mais outra mulher E outra mulher
É sempre uma mulher?
Ela tem cara de mulher Ela tem corpo de mulher Ela tem jeito Tem bunda Tem peito E o pau de mulher!
Afinal
Ela é feita pra sangrar Pra entrar é só cuspir E se pagar ela dá para qualquer um Mas só se pagar, hein! Que ela dá, viu para qualquer um
Então eu, eu Bato palmas para as travestis que lutam para existir E a cada dia conquistar o seu direito de viver e brilhar Bato palmas para as travestis que lutam para existir E a cada dia batalhando conquistar o seu direito de Viver brilhar e arrasar
Ela é amapô de carne osso silicone industrial Navalha na boca Calcinha de fio dental
Eu tô correndo de homem Homem que consome, só come e some Homem que consome, só come, fodeu e some
Compositor: Lina Pereira dos Santos (ABRAMUS)Editor: Boa Musica Brasil Direitos Musicais Ltda (UBC)Publicado em 2017 (23/Fev) e lançado em 2017 (27/Jan)ECAD verificado obra #31273014 e fonograma #13593592 em 19/Abr/2024 com dados da UBEM