Quando é tempo de tosquia Já clareia o dia com outro sabor, As tesouras cortam em um só compasso Enrijecendo o braço do esquilador
Um descascarreia, outro já maneia E vai levantando para o tosador Avental de estopa, faixa na cintura E um gole de pura pra espantar o calor.
Alma branca igual ao velo Tosando a martelo quase envelheceu Hoje perguntando para a própria vida P'ronde foi lida que ele conheceu Quase um pesadelo arrepia o pelo Do couro curtido do esquilador Ao cambiar da sorte levou um singronaço Ouvindo o compasso tocado à motor.
A vida disfarça lembrando a comparsa Quando alinhavava o seu próprio chão Envidou os pagos numa só parada 33 espada mas perdeu de mão Nesta vida guapa vivendo de inhapa Vai voltar aos pagos para remoçar Quem vendeu tesouras na ilusão povoeira Volte pra fronteira para se encontrar.
Compositor: Telmo de Lima Freitas (SOCINPRO)Publicado em 2003 (21/Out) e lançado em 2003 (21/Nov)ECAD verificado obra #4002 e fonograma #670008 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM