Ela ali adivinhava tudo o que eu queria expor Só que não saía fala, ou pus, ou choro, ou cheiro, ou clamor Ela ali, eu sei, sabia do querer que eu tinha, tinha, tinha tanto Tanto que nem tinha um tamanho imaginadamente à mostra no ar Tudo então ficava imóvel demais
Aqui no sono noto as vozes todas se explodindo de mim Se falo, Leila não desvia os olhos da costura que faz Mas minha fome encosta a língua ali no alívio dela talvez Profiro Leila, encosto a língua no celeste da minha boca Da minha boca Da minha bo
Ela ali alinhavava minha boca, meu beijo além Eu ali olhava a fêmea, antes de morrer-me refém Ela ali olhava tudo, tudo, (tudo é pouco!) E só havia eu ali e aqueles olhos olhos pretos presos à minha presença de cor Ela ali me alimentava o tumor
Aqui no sono noto as vozes todas se explodindo de mim Se falo, Leila não desvia os olhos da costura que faz Mas minha fome encosta a língua ali no alívio dela talvez Profiro Leila, encosto a língua no celeste da minha boca Da minha boca Da minha bo
Compositor: Cássio GavaPublicado em 2020 (14/Mai) e lançado em 2020 (15/Mai)ECAD verificado fonograma #21696165 em 02/Abr/2024 com dados da UBEM