Embriagado Jogado na cidade Questiono minha sanidade Não tem solução Insistem em me dar remédios Me sinto sufocado entre as paredes desses prédios E entre o tédio Outra vez no psiquiatra O que é claro pra ele Pra mim tem forma abstrata Tenta me tratar Maltrata minha inteligência Às vezes até duvido da sua existência Tosse, torce pra não ser tuberculose Se sair sangue fudeu Ih, neurose Outra dose Pânico congênito Nessas ruas tem mais merda que papel higiênico Cachaça amolece meu corpo Me sinto anêmico Que merda é essa de polêmico
Fazendo a lavagem na cena Eu sou o senhor do bonfim No princípio era verbo e meu verso é o fim
Dedos molhados não apontam e não julgam
Alguém que nunca sentiu o que eu sinto Me julga como um pai, em posse do cinto
E eu, amo quem eu quiser Vivo como eu quiser Faço o que eu quiser Nada vai me parar irmão Eu faço o que eu quiser Eu amo quem eu quiser Vivo como eu quiser Nada vai me parar irmão Dedos molhados não apontam e não julgam