Eu conheci o velho joão coveiro de profissão Lá pras bandas de goiás Tinha mais de oitenta ano um sorriso anunciando Confiança, amor e paz
Conversava muito pouco Tinha fama de ser louco Nunca deu seu endereço
Detestava despedida Dizia que Deus dá vida Mas garante só o começo
Dizia que Deus chorava Cada vez que o homem erra E a terra não é da gente Que a gente é que pertence à terra
João coveiro há muito tempo Domador de chuva e vento Ia só pelas estradas
João poeta e vagabundo Passo a passo volta ao mundo Carrega a sua enxada
Quanta cova ele fazia Na beira da rodovia Por dever ou compaixão
Mesmo se passava fome Jamais enterrou um homem João só sepultava cão
Quantas moedas frias Um homem leva em seu caixão Quantos amores cabem No cofre do seu coração
Numa noite joão arrisca atravessar a pista Contra-mão pra socorrer Um cachorro atropelado que agoniza abandonado Pouco antes de morrer
Mas sem terminar a missão João se arrasta pelo chão Tanto grito tanta luz
João acorda de mansinho Ele agora é um passarinho Sobre o ombro de Jesus
Quantas moedas frias Um homem leva em seu caixão Quantos amores cabem No cofre do seu coração
Compositor: Moacyr de Oliveira Franco (Moacyr Franco) (UBC)Editor: Torremolinos (UBC)Publicado em 2017 (09/Jan) e lançado em 2017 (10/Fev)ECAD verificado obra #20448120 e fonograma #13374672 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM