Eu canto para ti um mês de giestas Um mês de morte e crescimento ó meu amigo Como um cristal partindo-se plangente No fundo da memória perturbada.
Eu canto para ti um mês onde começa a mágoa E um coração poisado sobre a tua ausência Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês Em que os mortos amados batem à porta do poema.
Porque tu me disseste quem me dera em Lisboa Quem me dera me Maio depois morreste Com Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro.
INSTRUMENTAL
Eu canto para ti Lisboa à tua espera Teu nome escrito com ternura sobre as águas E o teu retrato em cada rua onde não passas Trazendo no sorriso a flor do mês de Maio.
Porque tu me disseste quem me dera em Maio Porque te vi morrer eu canto para ti Lisboa e o sol Lisboa com lágrimas Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve.
INSTRUMENTAL
Eu canto para ti Lisboa à tua espera.
Compositor: Adriano Correia de Oliveira / Manuel Alegre